sábado, 22 de outubro de 2011

Ciganos na Umbanda


Uma Linha de entidades trabalhadas por alguns terreiros de Umbanda
Tem as Festas e as giras muito bonitas, muitos lêem as mãos ou jogam cartas, são serenos, bons aconselhadores e muito bons pra saber algo do destino no sentido de ajudar, principalmente em assuntos de amor, lembrando que nem tudo pode ser dito, pois na vida existem muitas provações e temos que passar por elas, mas com certeza de uma forma ou de outra somos ajudados também por essa bonita e alegre linha.

mas não todos, conhecida também por muitos como fazendo parte da Linha do Oriente.

Os Espíritos Ciganos são também, uma linha de trabalhos espirituais que busca seu espaço próprio, pela força que demonstram em termos de caridade e serviços a humanidade. Seus préstimos são valiosas contribuições no campo do bem-estar pessoal e social, saúde, equilíbrio físico, mental e espiritual, e tem seu alicerce em entidades conhecidas popularmente com "encantadas".

São entidades que há pouco tempo ganharam força dentro dos rituais da Umbanda. Erroneamente no começo eram confundidos com entidades espirituais que vinham na linha dos Exus, tal confusão se dava por algumas ciganas se apresentarem como Cigana das Almas, Cigana do Cruzeiro ou nomes semelhantes a esses utilizados por Exus e Pombas-Gira. Hoje, o culto está mais difundido, se sabe e se conhece mais coisas sobre essas entidades, chegando algumas casas a terem um ou mais dias específicos para o culto aos espíritos ciganos.

Não tem na Umbanda o seu alicerce espiritual, como dissemos; se apresentam também em rituais do tipo mesa branca, Kardecistas e em outros rituais específicos de culto à natureza e todos os seus elementos, por terem herdado de seu povo, o cigano, o amor incondicional à proteção da natureza.

Encontraram na Umbanda um lugar quase ideal para suas práticas por uma necessidade lógica de trabalho e caridade.

Na Umbanda passaram a se identificar com os toques dos atabaques, com os pontos cantados em sua homenagem e com algumas das oferendas que são entregues às outras entidades cultuadas pela Umbanda. Encontraram lá, na Umbanda, uma maneira mais rápida de se adaptarem a cultos e é por isso que hoje é onde mais se identificam e se apresentam.

São entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, foram na maioria andarilhos que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Tem na sua origem o trabalho com a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas materiais.

Dentro da Umbanda seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados em geral com imagens bem simples, com taças com vinho ou com água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro sagrados elementos da natureza e
                                  
 se utilizam exclusivamente de magia branca natural, como banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas.
Diferentemente do que pensamos e aprendemos, raramente são incorporadas, preferindo trabalhar encostadas e são entidades que devem ser cultuadas na direita, pois quando há necessidade de realizarem qualquer trabalho na esquerda, são elas que se incumbem de comandar as entidades ciganas que trabalham para este fim, por isso, não precisam de assentamentos. Por isso tudo fica evidenciado que são entidades que trabalham exclusivamente para o bem.
Santa Sara Kali é a Santa do Povo Cigano e sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais. Não devemos confundir tal fato com Sincretismos, pois Santa Sara é tida como orientadora espiritual e não como patrona ou imagem de algum sincretismo.
Ciganos na Umbanda, são espiritos desencarnados homens e mulheres que pertenceram ao povo cigano.
Os ciganos em geral, tem seus rituais especificos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais.
Dentro da Umbanda, trabalham para o progresso financeiro e para as causas amorosas. Cheios de simpatias espirituais, os espiritos ciganos trabalham para a cura de doenças espitiruais também.
Os ciganos, dentro da ritualistica umbandista, falam a língua "portunhol", alguns, poucos, falam o romanês, língua original dos ciganos. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que alguns deles possam a vir trabalhar na linha de esquerda.

Oração a Santa Sara

Santa Sara, minha protetora, cubra-me com seu manto celestial. Afaste as negatividades que porventura estejam querendo me atingir. Senhora, protetora dos Ciganos, sempre que estivermos nas estradas do mundo proteja-nos e ilumine nossas caminhadas.
Santa Sara, pela força das águas, pela força da Mãe-Natureza, esteja sempre ao nosso lado com seus mistérios. Nós, filhos dos ventos, das estrelas, da lua cheia e do Pai, só pedimos a sua proteção contra os inimigos.
Ilumine nossas vidas com seu poder celestial, para que tenhamos um presente e um futuro tão brilhantes, como são os brilhos dos cristais. Ajude os necessitados, dê luz para os que vivem na escuridão, saúde para os que estão enfermos, arrependimento para os culpados e paz para os intranquilos.
Santa Sara, que o seu raio de paz, de saúde e de amor possa entrar em cada lar neste momento. Dê esperança de dias melhores para essa humanidade tão sofrida. Santa Sara milagrosa, protetora do Povo Cigano, abençoe a todos nós, que somos filhos do mesmo Deus.

Muito Axé a todos!

Ponto de Cigana

Ela é uma cigana faceira ela é
Ela é das sete linhas 
E não é de candomblé...........bis


Ela vem de muito longe
Seus filhos ajudar
Ela vem de muito longe
Sarava esse Congá

Marinheiro na Umbanda


Eles chegam do mar e desembarcam em terra, sua alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio “maroto”, embriagado. São os Marinheiros, grupo de Espíritos que trabalham na Umbanda em prol da caridade.

Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.

As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de Iemanjá e também de Oxum, que compõem o chamado “Povo da Água”. Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé. Costumam trabalhar em grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados, mas também conheceram a calmaria e a bonança.

Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de desenvolvimento de Médiuns.

Quando dão consultas, essa Falange costuma ir direto ao ponto, sem rodeios, mas também sabem como falar aos consulentes sem criar um clima desagradável ou de medo. Assim, conseguem atingir fundo as almas dos aflitos que costumam procura-los em busca de auxilio e de esperança.

Carregam consigo um sentimento profundo de amizade. Nas consultas, gostam muito de ajudar àquelas pessoas que se apresentam com problemas amorosos. Seus conselhos são sempre fiéis e certeiros, têm uma grande responsabilidade e assumem o compromisso de um trabalho bem-feito.

Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.

Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.

Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.

Como isso ocorre?

Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente. Os guias quando encorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc… desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda Sagrada.

É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.

Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de atuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos sempre que necessitarmos, ativar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protege-los. É maravilhoso.

Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.

Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.

Sejam positivos em qualquer situação.

A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.

Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.



Ponto de Marinheiro

Eu não sou daqui
Marinheiro sou
Eu não tenho amor
Marinheiro sou
Eu sou da Bahia
Marinheiro sou
De São Salvador


Marinheiro marinheiro
Marinheiro sou
Quem te ensinou a nadar?
Marinheiro sou
Ou foi o tombo do navio
Marinheiro sou
Ou foi o balanço do mar
Marinheiro sou


Lá vem lá vem
Marinheiro sou
Ele vem faceiro
Marinheiro sou
Todo de branco
Marinheiro sou
Com seu bonezinho

Boiadeiros na Umbanda

Os boiadeiros de um modo geral, utilizam chapéus de vaqueiros, laços de corda e chicotes de couro, são ágeis e costumam chegar aos terreiros com sua mão direita levantada, girando, como se estivesse laçando, esbravejando a inconfundível toada "êeeee boi" como se ainda estivessem tocando seu rebanho.
Os Boiadeiros
Estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos na Umbanda.
Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, "o caboclo sertanejo". São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro etc.
Os Boiadeiros representam a própria essência da mistura do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande.
Segundo alguns estudiosos os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada um (espírito) para seu destino, e trazem os que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do bem.

Pontos de Boiadeiro

Cade meu chapéu de couro
meu laço de couro crú
Trançado igual os cabelos 
de Jurema e Oxum
Já vesti o meu gibão 
Por detrás daquela rede
Olhando pro pasto agora
Vejam o que eu encontrei
Tá faltando um ou faltam três
Boiadeira bota meu boi de reis.

Baianos na Umbanda

Durante muitos anos a linha dos baianos foi renegada e os trabalhos feitos com ela eram vistos com restrições. Dizia-se que por não ser uma linha diretamente ligada às principais, era inexistente, formada por espíritos zombeteiros e mistificadores.

Aos poucos eles foram chegando e tomando conta do espaço que lhes foi dado pelo astral e que souberam aproveitar de forma exemplar.

Hoje se tornaram trabalhadores incansáveis e respeitados, tanto que é cada vez maior o número de baianos que está assumindo coroas em várias casas. A alegria que essa gira nos traz é contagiante. Os conselhos dados aos consulentes e médiuns demonstram uma firmeza de caráter e uma força digna de quem soube aproveitar as lições recebidas. Actualmente já temos o conhecimento de que fazem parte de uma sublinha e nessa designação podem vir utilizando qualquer faixa de trabalho energético, ou seja, podem receber vibrações de qualquer das sete principais.

Têm ainda um trânsito muito bom pelos caminhos de exu, podendo trabalhar na esquerda a qualquer momento em que se torne necessário.

Cientes dessa valiosa capacidade, nós dirigentes, sempre contamos com eles para um desmanche de demanda ou mesmo sérios trabalhos em que a magia negra esteja envolvida. Com eles conseguimos resultados surpreendentes.

Quando se fala na Baía, nossos pensamentos são imediatamente remetidos para uma terra de espiritualidade e magia. O povo baiano é sincrético e ecumênico ao extremo, nada mais natural que sejam escolhidos para essa homenagem de lei que é como se deve ver a questão. Vale ainda lembrar que nem todos os baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas, esses espiritos agruparam-se por afinidades fluídicas e dentre eles há múltiplas naturalidades.
O Baiano representa a força do fragilizado, o que sofreu e aprendeu na "escola da vida" e, portanto, pode ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma entidade de grande freqüência e importância nas giras paulistas e de todo o país, nos últimos anos.

Os baianos da Umbanda são pouco presentes na literatura umbandista. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e pretos velhos, sua fala é mais fácil de se entender que a fala dos caboclos.

Conhecem de tudo um pouco, inclusive a Quimbanda, por isso podem trabalhar tanto na direita desfazendo feitiços, quanto na esquerda.

Quando se referem aos Exus usam o termo "Meu Cumpadre", com quem tem grande afinidade e proximidade, costumam trazer recados do povo da rua, alguns costumam adentrar na Tronqueira para algum "trabalho". Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga com falas do gênero "venha me enfrentar, vamos vê se tu pode comigo". Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o Zombeteiro não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de "amarrá-lo" para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado. Costumam dizer que se estão alí "trabalhando" é porque não foram santos em seu tempo na terra, e também estão alí para passarem um pouco do que sabem e principalmente aprenderem com o povo da terra.

São amigos e gostam de conversar e contar causos, mas também sabem dar broncas quando vêem alguma coisa errada.

Nas giras eles se apresentam com forte traço regionalista, principalmente em seu modo de falar cantado, diferente, eles são “do tipo que não levam desaforo pra casa”, possuem uma capacidade de ouvir e aconselhar, conversando bastante, falando baixo e mansamente, são carinhosos e passam segurança ao consulente que tem fé.

Os Baianos na Umbanda são “doutrinados”, se assim podemos dizer, apresentando um comportamento comedido, não xingam, nem provocam ninguém.

Os trabalhos com a corrente dos Baianos, trazem muita paz, passando perseverança, para vencermos as dificuldades de nossa jornada terrena.

A Entidade pode vir na linha de Baianos e não ser necessariamente da Bahia, da mesma forma que na linha das crianças nem todas as entidades são realmente crianças.

Os Baianos são das mais humanas entidades dentro do terreiro, por falar e sentir a maioria dos sentimentos dos seus consulentes. Talvez por sua forma fervorosa de se apresentar em seus trabalhados no terreiro, aparentem ser uma das entidades, mais fortes ou dotadas de grande energia (e na verdade são), mas na umbanda não existe o mais forte ou fraco são todos iguais, só a forma do trabalho é que muda.

Adoram trabalhar com outras entidades como Erês, Caboclos, Marinheiros, Exus, etc.

São grande admiradores da disciplina e organização dos trabalhos.

São consoladores por natureza e adoram dar a disciplina de forma brusca e direta diferente de qualquer entidade.

Ponto de Baiano

Baiano bom

Baiano bom
Baiano bom é o que sabe trabalhar

Baiano bom
Baiano bom

Baiano bom é o que sabe trabalhar
Baiano bom

É o que sobe no coqueiro
Tira o coco, bebe a água

e deixa o coco no lugar
Baiano bom

É o que sobe no coqueiro
Tira o coco, bebe a água

e deixa o coco no lugar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ibejis na Umbanda

Onibeijada

Na Umbanda IBEJI é conhecido como Orixá-criança, duas divindades gêmeas, sincretizadas aos Santos Católicos Cosme e Damião. Protetor das crianças e determinados para a regência da infância até a adolescência. Abençoam os partos, os lares, trazendo saúde e prosperidade. Estão relacionados a tudo que brota, que se inicia: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas. São associados ao principio da dualidade. Valorizam as brincadeiras, o sorriso, a alegria, a espontaneidade e a ingenuidade; enfim, tudo que se possa associar ao comportamento típico-infantil.

Sabe-se na Umbanda das grande importância de IBEJI e seus rituais: são sempre cultuados para trazerem harmonia, alegria e união.

A IBEJI não se engana nunca, sob pena de quem o fizer, perder o gosto pela vida não vendo nenhuma motivação para a alegria e o prazer. Ao lidarmos com IBEJI não devemos esquecer que estamos em contato com uma energia infantil, a qual não devemos nada prometer se não pudermos cumprir. IBEJI ajuda sempre aos que lhes são simpáticos a troco de nada, no entanto, se prometermos teremos que cumprir.

É importante saber que o Orixá IBEJI não “incorpora” na Umbanda, pois são representados pelas “Crianças” que se manifestam nos Médiuns e gostam de ganhar doces, brinquedos, frutas, etc.

A Gira das “Crianças” é considerada pelos Umbandistas um momento de grande alegria, onde as vibrações de esperança e descontração reafirmam a certeza de que a vida há de ser sempre bela e alegre.

Nota-se a influência de IBEJI no comportamento das pessoas, quando nunca deixam de ter dentro de si a criança que já foram.

Seu dia festivo é 27 de setembro, dia da consagração a São Cosme e São Damião, que eram médicos e dedicaram suas vidas as crianças pobres, sem receberem dinheiro pelos seus serviços. A popularidade desses Santos irritou um cônsul Romano, numa época em que os Cristãos eram perseguidos. Foram presos, torturados e por fim degolados por recusarem a abdicar de sua Fé, isto no ano de 287 durante o Império de Diocleciano.

As cores consagradas a IBEJI na Umbanda são o azul e o rosa, sendo também muito comum o uso de outras cores em suas roupas e obrigações. Gostam de doces. A bebida preferida é o suco de frutas, sendo também aceito o guaraná.

                                                 Magia da criança

O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos. Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na Umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô. Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro.

http://www.assemacuritiba.com/criancas.html

http://umbandafilhosdefe.blogspot.com/2007/08/as-crianas-ers-beijada.html

- Cor...................Rosa e azul
- Domínios.........Parques e jardins
- Atuação...........Contra doenças e feitiços
- Saudação.........Oni beijada!
- Elemento.........Terra
Cosme e Damião são representantes (patronos) da falange das crianças, ou Ibejis.
Acreditamos que Cosme e Damião possam ter iniciado no papel de protetores das crianças a partir da sincretização com os Ibejis, as crianças gêmeas do panteão Iorubá, que também podem ser considerados como "eres".



Preto-Velho na Umbanda

                                           Entidades de luz

A Legião de espíritos chamados "Pretos Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o compêndio no qual os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas, raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas amadurece. Não podendo mais trabalhar duro de sol a sol, constituíram-se a nata da sociedade negra subjugada. Contudo, o peso dos anos é implacavelmente destruidor, como sempre acontece. O ato final da peça que encarnamos no vale da lágrima que é o planeta Terra é a morte. Mas eles voltaram. A sua missão não estava ainda cumprida. Precisavam evoluir gradualmente no plano espiritual. Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rutuais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. Teriam que possuir a essência intríseca da civilização que se aprimorou após incontáveis anos de vivência.
Quanto aos nomes, há muita controvérsia sobre o fato de o nome do Preto Velho ser uma miscelânea de palavras portuguesas e africanas. Voltemos ao passado, na época que cognominamos "A Idade dasa Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos, sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha norma: contra a força não há resistência, só a inteligência vence. Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias assistiam forçados. Desta aparente ambigüidade passaram a colocar em seus Deuses Orixásn os nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época, eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam seus pais, recebendo o nome de acordo com a ceita. A segunda vez, na pia batistal católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos velhos, considerados nossos Guias ou Protetores (semi-Orixás), somente pelos Umbandistas, pois na Nação (Candomblés) são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.

Não é nossa intenção publicar letras de pontos cantados, pois em nossa opinião fica um vazio quando não se tem propriamente a música, porém abriremos uma excessão para um ponto que mais parece um hino, um grito de liberdade, de bondade, de fé, de resignação, de agonia, de sentimentos profundos e de glorificação. Esse cântico deveria ser cantado no momento da "chegada" dos pretos velhos, pois seriam uma homenagem justa a tanto que sofreram:

Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Eles sofreram, mas ensinaram
Com persistência, bondade e fé
Enquanto eles apanhavam
Eles oravam pedindo à proteção
Para o senhor, que os castigavam
Sem piedade e nem coração
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
Yorimá, Yorimá, os Pretos Velhos nós vamos saravá
A Lei de Zâmbi sempre seguia
Na esperança do seu passamento
Que um dia haveria de vir
Pela bondade de seus pensamentos


Cores: preto e branco
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda comemora o dia do Preto Velho.

 CONTO DE PRETO
                                                           

         
Caminhei com fé e com dor.

Caminhei na fé e no amor.

Caminhei com Deus e Nossa Senhora.

Caminhei no chicote e fui banido de Angola.

Minha vida inteira Caminhei, sonhando em algum dia ser um Rei.

Rei de cor que nunca tive, para fugir do deslize, que não sei se tive.

Eu sou um Preto, sou crioulo, Sou um Preto estimado.

Minha vida foi sempre um Cajado, mais meu amor sempre teve ao meu lado.

Amor de Preto era uma Senhora, que nunca me abandonou, nem mesmo na degola.

Senhora Guerreira e Justiceira.

A Nossa Senhora de ANGOLA.

A Senhora dos Orixás, Mãe de todas as energias vitais, Mãe da natureza Feliz, Mãe dos Mortais e dos Imortais, a Minha Mãe Angola.

Ai que saudade de Angola.

Que agora não vejo mais, pois fui banido da minha Terra, para meus Caminhos de volta, jamais encontrar.

Que Preto sou eu?

Não sei dizer.

Que Preto tu és?

Não sei dizer.

O que sei dizer e que Preto eu sou, e Branco foste tu que me maltratou.

Sem pena e sem dor, e sem Amor.

Mais Branco não tenha mais dó, pois agora finalmente sou Rei.

Rei do meu amor.

Pois morri e acordei na minha Angola.

A Angola de Meu Pai, o Rei Redentor, o Nosso Senhor Deus Salvador.

Angola de Luanda, Huambo e Benguela, Angola de Lobito e Lubango.

Angola do Cristianismo, trazido pelos meus irmãos de cor de Rei, os Brancos Portugueses.

Angola das minhas tradições tribais.

A minha Mãe Angola, o meu Amor.

Caminhei com fé e com dor.

Caminhei na fé e no amor.

Caminhei com Deus e Nossa Senhora.

E nunca mais caminharei no chicote dos Reis de cor, que me baniram de Angola, o meu Amor.

                              

Omolu/Obaluaê

                                 O senhor das doenças

É considerado, na Umbanda, como Orixá da Saúde e Chefe da Falange dos Mortos. Socorre nos casos de doenças, protege os hospitais e intui os médicos, além de auxiliar o desprendimento do espírito na sua libertação da veste carnal. Encaminha a alma dos recém-desencarnados, enquanto se utiliza dos fluídos que se evolam do corpo físico para trabalhos de magia. Daí a sua ligação com os cemitérios e cruzeiros, onde se condensam vibrações desse gênero. Muitos julgam-no entidade perniciosa por atuar nesses ambientes, não compreendendo a sublimidade de sua missão que é o amparo prestado aos que estão atravessando o limiar de um plano para outro. Esse é um momento de muita perturbação e quando mais se necessita do auxílio superior.
O Orixá empresta aos seus tutelados uma natureza aparentemente calma, sóbria, responsável e cordata, cabendo a cada um aprofundar e autenticar essas virtudes no seu modo de ser. São tolerantes, ordeiros e até generosos, embora um tanto retraídos e até esquisitos quando lhes apraz. O ponto fraco desses “filhos” está na vaidade, crueldade e frieza.
Como Orixá, é um Espírito Angelical que sacrificialmente trabalha num campo vibratório denso, para orienta e encaminhar os que estão ingressando em plano diferente. Como nada se perde na Natureza, utiliza-se dos fluídos desprendidos do corpo sem vida para desfazer serviços maléficos e ajudar os que continuam no envoltório físico.
A maior parte dos umbandistas, faz sua ligação com outro Orixá, Obaluaiê (ou Abaluaê) , que possui as mesmas funções.
É o santo protetor dos leprosos e afastador de moléstia. Os cães são a ele dedicados.

Sincretismo: Omulu (o pai): São Cipriano - Obaluaiê (o filho): São Lázaro. Em algumas localidades existe o sincretismo de Omulu com São Lázaro e Obaluaiê com São Roque.
Sua Guia: Suas guias são feitas geralmente com contas pretas e brancas
Sua Comida: pipoca estourada em areia do mar, regado com dendê ou com mel
Sua Bebida: Pinga pura ou com mel, vinho tinto e sumo de suas próprias ervas
Suas ervas: : Zínia, folhas de laranja lima, folhas de milho, barba de velho, vassoura preta, velame, sete sangrias, sabugueiro, musgo, manjerona, mamona, espinheira santa, carobinha do campo, assa peixe;
Velas: Preta / branca
Símbolo: Uma cruz negra ou um feixe de palha
Data da comemoração: Omulu: 18/08 - Obaluaiê: 16/08
Dia da Semana: Segunda-feira
Número: 7 e por extensão 13
Saudação: Atôtô! (ao mesmo tempo em que se bate com as pontas dos dedos da mão direita no chão por três vezes. - Significa: “Ele está em terra. Ele está entre nós”).
Local para entregas: redores do cemitério (lado de dentro), cruzeiro.




CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU-OBALUAIÊ
Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omulu-Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.

Pierre Verger define os filhos de Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somatização de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.
                               Mito de Omolu/Obaluaiê

Omolu tinha o rosto muito deformado e a pele cheia de cicatrizes. Por isso, vivia sempre isolado, se escondendo de todos. Certo dia, houve uma festa de que todos os Orixás participavam, mas Ogum percebeu que o irmão não tinha vindo dançar. Quando lhe disseram que ele tinha vergonha de seu aspecto, Ogum foi ao mato, colheu palha e fez uma capa com que Omulú se cobriu da cabeça aos pés, tendo então coragem de se aproximar dos outros. Mas ainda não dançava, pois todos tinham nojo de tocá-lo. Apenas Iansã teve coragem; quando dançaram, a ventania levantou a palha e todos viram um rapaz bonito e sadio; e Oxum ficou morrendo de inveja da irmã, que Omolu recompensou dividindo com ela o poder de controlar eguns (espíritos dos mortos).


Nanã na Umbanda

Mãe Nanã

A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova "vida", já mais equilibrada .
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.

Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos "terra pura", enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos "terra-água". Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna "úmida".

Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.

Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .

Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.

Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a "memória" dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos.

Nas "linhas da vida", encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres. Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades "água-terra".

Oração à Nossa Senhora de Sant' ana
Senhor, Deus de nossos pais, que concedestes a santa Ana a graça de dar a vida à mãe de vosso filho Jesus, olhais por todas as famílias que lutam para sobreviver e que se encontram em grandes dificuldades de relacionamento. Que os lares sejam lugares abençoados e plenos de acolhimento e de compreensão.

Santa Ana, nossa padroeira, olhai para as crianças, acompanhai os adolescentes e jovens, amparai os idosos e doentes de nossa sociedade.
Que todas as pessoas possam contar sempre com as bênçãos de vossa proteção. Santa Ana, eu ainda vos peço (fazer o pedido); neste dia dai-me a graça que tanto necessito.

Santa Ana, rogai por nós! Amém!


Orixás

                                           Ogum

Ele é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em demanda.

Foi Ogum quem ensinou aos homenso trabalho com ferro e aço. Seus instrumentos, além da espada são: alavanca, machado, pá, enxada, faca, etc. Com os quais ajudou os homens a dominar à natureza e a transformaá-la.

No sincretismo Ogum é associado a São Jorge, 23 de Abril.

Como está sempre ligado ao poder e a força, este Orixá não gosta de Ter suas ordens desobedecidas. Quando não é atendido fica irado e perde a razão e castiga àqueles que o desobedeceram, arrependendo-se depois.

A cor de Ogum é o vermelho, mas pode ser associado ao verde. Sua bebida é a cerveja branca, seu dia da semana é a terça-feira.

Este Orixá foi casado com Iansã, a Orixá dos ventos, que fugiu com Xangô. Também foi casado com Oxum, a Orixá da água doce, que abandonou Ogum para se casar com Oxossi, o Orixá das matas.

Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exu, seu irmão e rei das encruzilhadas e dos cemitérios.



                             As pessoas de Ogum

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam coerentes e precisas.

As pessoas de Ogum são práticas e inquiétas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.


                         Oração a São Jorge


Chagas abertas, Sagrado Coração todo amor e bondade, o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre.

Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge. Para que meus inimigos tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me exerguem e nem pensamentos eles possam ter para me fazerem mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça, a Virgem Maria de Nazaré, me cubra com o seu Sagrado e divino manto, me protegendo em todas minhas dores e aflições, e Deus com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor, contra as maldades de perseguições dos meus inimigos, e o glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, e em nome da falange do Divino Espírito Santo, me estenda o seu escudo e as suas poderosas anulas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais e de todas suas más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar sequer que me possa prejudicar.

Assim seja com o poder de Deus e de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

Assim Seja, Saravá!

                                          

Ponto de saudação a Ogum

Eu não seria nada
Se não fosse Ogum
Para abrir a minha estrada
Valente guerreiro
Aqui chegou
Vencedor de demanda
Meu protetor
Em sua trajetória
Meu pai luta contra o mau
Foi nos campos de batalha
Que se tornou general
Eu não seria nada
Se não fosse Ogum
Para abrir a minha estrada
Salve seu Ogum de Ronda
Salve seu Ogum Megê
Saravá Beira Mar
Ogum Iara, Ogum de Lê
Salve toda a falange
Do glorioso guerreiro
Que corta toda a demanda
Aqui dentro do terreiro
Eu não seria nada
Se não fosse Ogum
Para abrir a minha estrada

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                                                               IEMANJÁ
Orixá feminino. Rainha das águas salgadas dos mares. Simboliza a maternidade, a grande mãe. É protetora dos pecadores e jangadeiros. A este Orixá fazemos os pedidos de purificação, equilíbrio mental e harmonia para toda a família.

“Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta”
Em todos os lugares, no dia 2 de Fevereiro ou no ano novo fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá.

Dia da semana: Sábado (Candomblé). Segunda ou Sexta (Umbanda)
Dia de comemoração: 2 de fevereiro (Candomblé) e 15 de agosto (Umbanda)
Cor: Azul claro, branco, prata
Cor da guia: Contas brancas cristalinas ou azul claras.

Metal: Prata e platina.
Símbolo: Concha, sereia, leque
Elemento: Água.
Astro regente: Lua.
Flores: Palmas brancas ou rosas brancas
Velas: Branca e azul claro
Doces: Manjar branco feito com leite de coco, arroz doce.
Comida: Peixe; camarão (Candomblé), canjica branca, arroz, arroz-doce com mel, acaçá, pudim, etc
Bebida: Água de coco, mel, água salgada ou potável, champanha e suco de suas próprias ervas e frutos.

Frutas: Mamão, melão, uva branca
Pedra: Sodalita, Lápis lázuli
Ervas: Manjericão, arnica, lágrima de nossa senhora, flor de laranjeira
Ervas para banho e defumação: Jasmim, araticum-da-praia, folha-da-costa, graviola, capeba, mãe-boa, musgo marinho encontrado nas pedras marinhas, alcaparra, entre outras.

Dimensão esotérica: Ocupa o primeiro raio juntamente com a orixá Nanã.

Sincretismo: No sincretismo religioso, está associada à Virgem Maria. Mas também a N. S. da Conceição (Bahia); N. S. da Glória (Umbanda)
Local para oferendas: Beira mar
Saudação: Odó Fiaba!

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ

As pessoas de Iemanjá são sérias e impetuosas, domina a todos e fazem-se respeitar. Dificilmente perdoam os erros dos semelhantes. Gostam de testar as pessoas.
Seu temperamento é muito difícil, são bravas, nervosas, mas possuem um coração grandioso, são dedicados aos parentes e amigos, preocupam-se com os outros e consigo. Gostam de coisas luxuosas. São honestas, gostam da casa e da família, são ótimas esposas, mães ou pais.

                                           Oração de Yemanjá
Poderosa forças das águas,Imãe Janaína

Saravá minha mãe Yemanjá

Leva para a profundeza do teu mar sagrado

Odoiá...todas as minhas desventuras e infortunios

Trás do teu mar todas as forças espirituais

Para alento de nossas necessidades

Paz,esperança,o dofi abá...

Saravá minha mãe yemanjá

O Dofiabá...



                                             

                       Ponto de Iemanjá

Iê Iemanjá ê Iemanjá
Rainha das ondas, sereias do mar
Rainha das ondas, sereias do mar
Como é lindo o canto de Iemanjá
Faz até o pescador chorar
Quem ouvir a mãe d'água cantar
Vai com ela pro fundo do mar
Iemanjá !
Iemanjá é
Rainha das ondas, sereias do mar
Rainha das ondas, sereias do mar

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                                          OXUM

As legiões de Oxum, na Umbanda, trabalham subordinadas a Iemanjá, assim como todos os Orixás das águas. Comanda a gestação e,

portanto, a reencarnação de todos os seres e a protecção das crianças que ainda não falam. Sua linha é formada por entidades delicadas, de índole feminina em sua grande maioria, que distribuem a riqueza material vinda dos metais e da fartura dos alimentos (vinda de Oxóssi). São atraídas pela beleza, pelas artes, desenvolvendo tais actividades entre a Humanidade. Incrementam a doçura nos lares, amainam pessoas e ambientes, estimulando a energia que comandam: o amor puro.

Mesmo sendo Oxóssi o regulador das matas, é a ela que pertence a fecundidade na Natureza. Por deter a sensibilidade e o amor, está diretamente relacionada aos jogos adivinhatórios, atributo natural dos filhos desse Orixá.



                                  Seus Filhos

Um filho de Oxum é arredondado, por adorar doces e boas comidas. Seu rosto é harmonioso, delicado, sempre com um sorriso suave e olhares meigos. Fala amenidades o tempo todo, tendo um dom natural de descobrir os defeitos alheios e expô-los com leviandade e graça. Se provocado, nunca discute, mas trama a revanche em silêncio e será raro ver-se um filho desse Orixá sofrendo infortúnios na vida, sempre contando com o apoio de alguém para auxiliá-lo.

Explicado pelos mitos, seus filhos possuem enorme paixão por jóias, tendo sempre uma colecção, de acordo com suas posses. Apesar de discretos, são muito dengosos e sensuais, cultivando todos os prazeres da vida.



                                       Oferendas

Sendo o ovo consagrado a Oxum, costuma-se lhe oferecer quindins. Também milho (canjica) cozido ou pirão de farinha de milho, sempre regados com muito mel.

Gosta de guaranás, sua vela sempre será amarela, seu número 16, 8, 4 ou 2, e deverão ser entregues em cachoeiras, rios ou córregos de água doce, seu elemento.

É sincretizada com diversas Nossas Senhoras, em especial aquelas cercadas de crianças, tal qual Nossa Senhora da Conceição.



                                           


                    Ponto de Oxum


O rio é de Oxum, aiê-iê-o

O lago é de Oxum, aiê-iê-o

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Água da cachoeira, aiê-iê-o

Força da cachoeira, aiê-iê-o

Água cristalina, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

O rio passa na mata, aiê-iê-o

Na pedra uma cascata, aiê-iê-o

Oxóssi e Xangô, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Um vento na campina, aiê-iê-o

O rio corta a campina, aiê-iê-o

Iansã e Ogum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

O rio encontra o mar, aiê-iê-o

Nos braços de Iemanjá, aiê-iê-o

Mãe de Oxalá, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

Águas de Oxum, aiê-iê-o

Aiê-iê, Oxum, aiê-iê

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                                      XANGÔ

Olorum gera tudo em Si, e uma de Suas gerações é a Justiça Divina, que dá o devido equilíbrio a tudo o que gera. Essa Sua qualidade equilibradora está em tudo e em todos, e mantém toda a criação divina em equilíbrio e harmonia, dando a tudo um ponto de equilíbrio. Olorum gerou nessa Sua qualidade equilibradora de tudo e de todos, uma divindade que é em si mesma o equilíbrio divino que dá sustentação a tudo o que existe, tanto animado quanto inanimado, surgindo o Trono da Justiça Divina, divindade unigênita porque é o Orixá do equilíbrio, da razão e do juízo divino. Deus é justo e tudo o que gera, gera com equilíbrio, pois tudo atende a uma vontade Sua, às Suas criaturas, espécies e seres.

E Xangô, o Orixá da Justiça, independe de nossa vontade para atuar sobre nós, já que ele é em si mesmo essa qualidade equilibradora do nosso Divino Criador. Xangô, por ser unigênito e ter sido gerado em Deus, é em si mesmo a Justiça Divina que purifica nossos sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades. Mas Xangô, enquanto qualidade divina, está na própria gênese das coisas como a força coesiva que dá sustentação à forma que cada agregado assume, ou seja, ele está na natureza das coisas como o próprio equilíbrio, pois só assim elas não deixam de ser como são. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo, como é a força que dá estabilidade ao universo e a tudo o que nele existe., seja animado ou inanimado. Xangô também gera em si a qualidade onde foi gerado. Mas ele também gera de si essa sua qualidade equilibradora e a transmite a tudo e a todos.

Quem absorvê-la, torna-se racional, ajuizado e ótimo equilibrador, tanto dos que vivem à sua volta como do próprio meio em que vive. Um juiz é um exemplo bem característico dessa qualidade equilibradora irradiada por Xangô, e não importa que o juiz seja um “filho” de outro Orixá, pois a manifestará naturalmente, já que a justiça humana é a concretização da Justiça Divina no plano material. Um juiz não consegue dissociar-se da qualidade da Justiça, à qual serve com toda a sua capacidade mental e intelectual, mas nunca emotivamente, pois é um racionalista nato. Esta qualidade equilibradora está presente em todos os processos divinos (criação e geração). Por isso, assim que algo alcança seu ponto de equilíbrio, o processo criador ou gerador é paralisado e o que foi criado ou gerado estabiliza-se e adquire uma definição só sua que o qualificará dali em diante.

Com isto explicado, podemos entender a importância que tem essa qualidade divina, que na Umbanda a vemos nos procedimentos retos, justos e ajuizados dos caboclos de Xangô. Por isso, quando evocamos a presença dele, só o fazemos se for para devolver o equilíbrio e a razão aos seres e procedimentos desequilibrados e emocionados, ou para clamar pela Justiça Divina, que atuará em nossa vida anulando demandas cármicas, magias negras, etc., devolvendo-nos a paz, harmonia e equilíbrio mental, emocional, racional e até nossa saúde, pois para estarmos saudáveis, devemos estar em equilíbrio vibratório também no corpo físico. Observem que o equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos.

Xangô é o Trono de Deus gerador e irradiador do fator equilibrador, mas o limitamos quando deixamos de recorrer a ele para ajudar-nos em todos os aspectos e só o fazemos para anular demanda ou impor a Justiça Divina na vida dos seres desequilibrados.

                                                      


                           Ponto de Xango

Por detrás daquela serra
tem uma linda cachoeira
Por detrás daquela serra
tem uma linda cachoeira

É de meu pai Xangô
que arrebentou sete pedreiras
É de meu pai Xangô
que arrebentou sete pedreiras
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                                          Inhasã

Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.

Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.

Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.

Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.

Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.

Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.

Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.

Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.

Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.

Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.


                                                     




Ponto de Inhasã


No amanhecer é que essa estrela brilha
No amanhecer é que ela se ilumina
Iansã, senhora do amanhecer
Sua espada brilha pra nos proteger
É Oiá, Iansã que nos conduz
É Oiá, Iansã com sua luz
Ao rodopia faz o vento
E a chuva cai
Pra lavar a terra
Semear a paz
É Oiá, Iansã que nos conduz
É Oiá, Iansã com sua luz
É Santa , É guerreira
Se preciso for
Para acabar com a guerra
E espantar a dor
É Oiá, Iansã que nos conduz
É Oiá, Iansã com sua luz
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                                      Oxossi

Oxóssi é o Orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza. Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, este caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Outras histórias relacionadas a Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidos, são ainda mais imbatíveis. Oxóssi mantém uma estreita ligação com Ossain, com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta.


Características dos filhos de Oxóssi

Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão estando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si. São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas fazem sempre o que querem.

Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade de movimentos, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestáveis, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.

                                                   


                               Ponto de Oxossi


É Zambi Quem Governa O Mundo!
É Zambi Quem Vem Governar!
É Zambi Que Governa A Estrela
Que Clareia Oxóssi Lá No Juremá!
Okê! Okê! Okê! (2x)
Okê, Meus Caboclos, Okê!


Seu Ubirajara lá na mata é um Rei
Ubirajara na Umbanda é um Tata


Ele é um Rei
Ele é um Tata >2x


Lá na mata sua flecha zua >2x


E zua quando sobe quando desce ela mata


Ele é um Rei
Ele é um Tata >2x


Eu vi chover, eu vi relampear,
Mas mesmo assim o céu estava azul,
Sambore e pemba folhas de Jurema,
Oxossi é dono do Maracajá (bis)

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                                      Oxalá
Oxalá é o Orixá maior de Umbanda. Dessa vibração suprema se originam todas as outras e ela está presente em todos nós e em todas as vibrações. Está sincretizada em Jesus Cristo, o homem que por sua perfeição e conduta conseguiu alcançá-la e sintonizá-la, porque foi educado e preparado para isso.

A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de evolução. É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal; O que jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano, cujo apelo chegasse até Ele; O que procura, no seio da humanidade, homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-Lhe, quando pedir mensageiros para transmitir ao Seu rebanho: "Estou aqui; enviai-Me".

Não há incorporação de Oxalá na Umbanda.

Sua ação se manifesta através da fé, da luz, da razão e da paz. Simboliza riqueza, felicidade e fecundidade.

O Orixá mais conhecido e respeitado de todos, e reconhecido por todas as nações e cultos. Sua cor é o Branco, o símbolo tradicional da pureza e da transparência, pois reflete a originalidade do que é, nada fica encoberto, pois nada há para se esconder. Responsável, segundo a mitologia Iorubana, pela CRIAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DO MUNDO, considerado o pai de todos os Orixás, pois possibilitou através de sua criação a vinda dos demais, portanto contém todas as linhas e todas as freqüências de trabalho, é considerado como responsável pelos seres humanos, mostrando-se paternal, calmo nos momentos mais difíceis, com uma dignidade distante, portador da PAZ, da TRANQÜILIDADE. Ainda com relação ao branco, os filhos desse Orixá, ou melhor, os que se encontram sob sua proteção e instrução, rendem homenagem a ele, vestindo-se de branco total nas sextas-feiras, por ser um dia consagrado a ele. Oxalá dentro do seu papel, é único.

O arquétipo de personalidade dos devotos de Oxalá, é aquele das pessoas calmas e dignas de confiança, das pessoas respeitáveis e reservadas, dotadas de força de vontade inquebrantáveis que nada pode influenciar. Em nenhuma circunstância modificam seus planos e seus projetos, mesmo a despeito das opiniões contrárias racionais, que as alertam para as possíveis conseqüências desagradáveis dos seus atos. Tais pessoas no entanto, sabem aceitar sem reclamar, os resultados amargos daí decorrentes.

Mais especificamente para os devotos na linha de Oxoguiã (Oxalá jovem), são das pessoas ousadas, brincalhonas e atiradas, idealista, que tem gosto pelo debate e pela argumentação. Com tendência a problemas renais e a impaciência e teimosia.

E mais ligadas a Oxolufã (Oxalá velho), trazem características como bons pais, paternais, patriarcas e protetores, a fertilidade masculina, teimosia, ranzinzice, retidão, experiência, conhecimento, serenidade, respeito, seriedade, poder, tendência a centralização.

Personalidade dos Filhos de Oxalá:

Aspectos Positivos:

criativos, generosos, inteligentes, calmos suaves, paternais, sábios e justos.

Aspectos negativos:

lentos, mandões, procrastinadores, teimosos, ranzinzas e resmungões.

                       


                             Ponto de Oxalá

Oxalá criou a terra
Oxalá criou o mar
Oxalá criou o mundo
Onde reina os Orixás
A pedra deu pra Xangô
Meu pai é rei justiceiro
As matas deu para Oxóssi
Caçador grande guerreiro
Mar com pescaria farta
Ele deu para Iemanjá
Os rios deu para Oxum
Os ventos para Oiá
Grandes campos de batalha
Deu para Ogum guerreiro
Campinas pai Oxalá
deu para seu Boiadeiro
Jardins com lindos gramados
Deu para as crianças brincar
Oxalá criou o mundo
Onde reina os Orixás
Oxalá criou a terra
Oxalá criou o mar
Oxalá criou o mundo
Onde reina os Orixás
O poço deu pra Nanã
A mais velha Orixá
E o cruzeiro bendito
Deu pra almas trabalhar
Finalmente deus as ruas
Com estrela e luar
Para Exú e Pomba Gira
Nossos caminhos guardar
Oxalá criou a terra
Oxalá criou o mar
Oxalá criou o mundo
Onde reina os Orixás

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